domingo, 21 de outubro de 2012

O Perigo do Relativismo




Dom Volodemer Koubetch, OSBM


Vivemos numa sociedade em que os valores da pessoa são vivenciados de uma forma
absoluta e exagerada. Podemos apontar vários “ismos” que comprovam o que estamos afirmando.
Percebemos com facilidade como o egoísmo tomou conta de muitas pessoas: elas pensam só em si
mesmas, cuidam demais de si. E o individualismo – nem se fala; analisamos tantos indivíduos ao
nosso redor que gostam de viver no seu mundinho, com as suas preferências, suas coisinhas, suas
musiquetas, seus prazeres, no  seu cantinho, com suas amizades, sempre muito restritas e
interesseiras. São indivíduos que não gostam se engajar em nada ou comprometer-se com alguma
coisa, pois não têm maiores ideais. Existe ainda um “ismo” muito perigoso  – o subjetivismo: as
pessoas se baseiam só naquilo que elas querem, que elas sabem ou conhecem; não analisam
objetivamente as coisas, a realidade. Tudo é visto e valorizado pelo prisma subjetivo, daquilo que o
sujeito acha ser verdadeiro, bom, belo e correto.
A lista desses “ismos” fica completa com o seguinte “ismo”: o  relativismo, sobre o qual
vamos refletir um pouco mais. Ele está muito ligado com os “ismos” que descrevemos acima.
Aqueles “ismos” ajudam a criar e sustentar o relativismo: “atitude ou doutrina que afirma que as
verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, etc.) variam conforme a época, o lugar, o grupo
social e os indivíduos” (Dicionário do Aurélio). É o modo de pensar e de agir como se não
existissem valores absolutos e definitivos. Na mentalidade do relativismo, tudo é relativo, quer
dizer: pode ser e pode não ser; pode existir e pode não existir; pode valer e pode não valer; tanto faz
ser ou não ser; tanto faz praticar ou não praticar. Tudo depende da liberdade do indivíduo e do seu
gosto particular ou de sua escolha subjetiva. Podemos falar basicamente de dois tipos de
relativismo: o relativismo doutrinal e o relativismo moral.
Relativismo doutrinal: quando as doutrinas da fé católica, ou seja, as verdades da Igreja
Católica ou religião cristã são explicadas e praticadas de forma totalmente livre. Cada um explica as
verdades da nossa fé do jeito que achar melhor, mais bonito, mais interessante, mais original, mais
atual ou mais tradicional, mais pessoal. Porém, isso gera uma tremenda confusão na mente das
pessoas, porque se chega ao ponto de pensar que não existe uma doutrina válida para todos, uma
doutrina universal e absoluta. Cada indivíduo vai ter a sua doutrina, a sua religião, a sua fé. As
verdades fundamentais da fé católica não são mais absolutas, mas relativas, secundárias, relegadas
ao segundo plano, dependendo do interesse de alguns grupos teológicos, movimentos, ou mesmo
interesses e gostos pessoais. Isso está ligado aos “ismos” que explicamos acima e podemos chamá-
lo popularmente de “achismo”: eu acho assim, eu acho assado, eu acho que se explica assim, minha
teoria é essa, minha exegese é diferente, eu penso assim, eu quero assim.
Assim se justifica muito facilmente o relativismo religioso, muito presente hoje em dia na
cabeça de muita gente: Deus é um só e eu posso participar da Missa católica, ou das sessões
espíritas, ou do culto evangélico... Confusão, muita confusão! Ignorância religiosa!Relativismo moral: quando o ensinamento moral da Igreja Católica não é aceito, ou aceito
em parte, ou quando é interpretado e vivido a seu modo. É muito semelhante ao relativismo
doutrinal, só que mexendo agora com os valores morais, as leis ou normas morais da fé cristã. Cada
um, em liberdade total ou quase total, escrevendo, falando e praticando a moral católica segundo
seu conhecimento subjetivo e sua vontade pessoal. Em resumo: cada indivíduo tendo a sua própria
moral. Mas isso já não é mais a verdadeira moral católica!
O  relativismo é o maior inimigo da verdade, tanto doutrinal quanto moral, e é muito
perigoso, porque gera muita confusão mental, espiritual e moral. Gera uma situação de anomia
(ausência de leis), de anarquia (ausência de princípios e respeito pelas autoridades), de libertinagem
(ausência da verdadeira liberdade), de caos social, porque, perdendo as referências fundamentais,
tudo fica sem controle; além de entrar no caminho da perdição e condenação. Somente seguindo a
doutrina e o ensinamento moral da Igreja, governada pelo Papa, representante de Cristo, é que
estaremos no caminho certo da fé, da verdade, da autêntica vida moral e da salvação!


http://www.eparquiaucraniana.com.br/eparquia/arquivos/PDF/reflexoes/PerigodoRelativismo.pdf

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